Às vezes gostaria de ter desenvolvido dons artísticos... transpiração ou inspiração, não sei o quê faltou (ou se faltou). Encontrei hoje o trabalho de Elsita Mora e secretamente desejei possuir um quadrinho de moldura ovalada e paspatour de cor grave, em destaque na parede de fundo do corredor da minha casa, iluminado por uma luz quente e natural. Desejo secreto porque Walter Benjamin, Theodor Adorno e Marcuse já lançaram um olhar causticante, crítico e real sobre esse nosso desejo de "possuir", como um fetiche, um objeto artístico. Então pelo menos fiquemos, na era da reprodutibilidade técnica, com uma ínfima porção do objeto real: a sua agradável imagem e a possibilidade de imaginar, através das boas fotos, o deleite na alma se pousássemos os olhos pertinho de um deles.
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